“A paz é um processo de aprendizagem.
Deveria fazer parte do currículo escolar como qualquer outra matéria.” A
afirmação é do orientador estratégico da Organização Inteligência
Relacional, João Roberto de Araujo, palestrante do seminário “O papel da
educação na construção da cultura de paz”, promovido pela Secretaria
Municipal de Educação, na sexta-feira e no sábado.
Foram apresentados os caminhos para a
redução da violência no ambiente escolar, tema de preocupação dos pais e
de toda a comunidade. Apresentações artísticas dos alunos da escola
Ricardo Faicker Nunes abriram o evento na noite de sexta-feira, que
teve a participação de alunos, pais e professores. Balões brancos e uma
pomba da paz decoravam o salão, anunciando o tema do seminário.
A diretora da instituição, Maria Antônia
Frauobrador, disse que a escola foi uma das escolhidas para o programa,
juntamente com a Recanto da Lagoa e Santa Maria, por apresentarem
maiores índices de violência. “Agressões físicas e verbais são o que
mais acontecem”, explica a diretora. A professora intermediária do
programa é Roseli Maraschin. “Cada aluno recebe um livro e nós
trabalhamos uma vez por semana com as crianças. Desenvolvemos um trabalho para resgatar valores, por meio da boa convivência”, ressalta Roseli.
Já o secretário municipal de Educação,
Gilnei Leite, afirmou que a opção pela paz tem que ser de todos, mas
principalmente dos educadores. O secretário aproveitou o momento para
mandar um recado para os pais. “Ninguém imita aquilo que não vivencia.
Se dermos bons exemplos, vamos colher bons frutos”, disse Leite, que
também parabenizou todos os professores que estão em sala de aula e que,
diante de todas as dificuldades, mantêm-se fortes e otimistas.
Para o professor Araujo, a paz é um
conteúdo tão importante como matemática, química ou qualquer outra
matéria. “Apenas pedimos que as crianças sejam pacíficas, mas temos que
ensiná-las a ser. Educar para a paz é sinônimo de educar para as
emoções, que têm papel fundamental em nossas vidas. Às vezes, as pessoas
são graduadas, porém analfabetas emocionais. Esse programa quer ensinar
as crianças a lidar com as emoções, como ansiedade, medo, frustrações
etc, pois a violência pode ter origem na incompreensão das emoções.”
O professor dividiu a violência em
vermelha ou branca. A primeira é a física, quando o indivíduo é ferido
com faca ou tiro, por exemplo. Já a violência branca é psicológica,
prejudicando profundamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas.
Mata aos poucos. “Para ser feliz, temos que reduzir dor e sofrimento.
Existem dores diferentes em nossas vidas: a física e a da mente, que são
são as dores da alma. Na nossa mente habitam emoções que podem tirar
nossa paz, e a paz coletiva nasce na paz individual”, finalizou o
palestrante, destacando que construir a paz é educar as emoções. No
sábado, o evento foi realizado na escola Farroupilha.
Ong Liga para a paz
A Inteligência Racional é uma
organização comprometida com o desenvolvimento humano. Atua nas áreas de
educação (desenvolve conteúdos de cultura e paz no contexto da educação
emocional e social para educadores e educandos do ensino fundamental) e
cultura (programa cultural que realiza encontros,
seminários e palestras buscando desenvolver a inteligência geral a
partir dos fundamentos do paradigma da complexidade. Apresenta conteúdos
filosóficos, científicos, artísticos e das tradições religiosas). Mais
informações no site www.inteligenciarelacional.com.br.
Fonte: Site Prefeitura Municipal de Viamão
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